Meditação para estresse e ansiedade em universitários: um ensaio clínico randomizado.
- Cacti Med9
- 12 de set. de 2024
- 2 min de leitura
O sentimento de ansiedade, quando em proporções aceitáveis, está relacionado com as preocupações e demandas do dia a dia, com os prazos apertados e com a vida caótica dentro da universidade. Entretanto, quando esse sentimento de incertezas associado a uma percepção de ameaça futura torna-se prolongado ao ponto de levar a disfunções metabólicas, pode-se suspeitar de um transtorno de ansiedade, que leva a repercussões imunológicas, psiquiátricas, cardiovasculares e metabólicas.
Partindo dessa reflexão, estudantes universitários são os mais suscetíveis aos sintomas e ao desenvolvimento do transtorno de ansiedade em relação à população geral, uma vez que, segundo (MALHEIROS; VANDERLEI; BRUM, 2023), que realizaram um ensaio clínico randomizado simples-cego com acadêmicos do primeiro ao oitavo período dos cursos de Medicina e Odontologia, responderam a um questionário de sintomas de estresse e de ansiedade, com prevalência de 67% para estresse e 76% para ansiedade. Após o questionário, alguns estudantes foram escolhidos de forma randomizada para participar de grupos de mindfulness.
O estresse é uma resposta metabólica desencadeada diante dos sinais de ameaça ao equilíbrio do organismo, gerando respostas adaptativas, tais como: liberação de substâncias relacionadas aos sistemas de alerta, além de mediadores inflamatórios que, em excesso, estão relacionados a transtornos cardiovasculares, neurológicos, psiquiátricos e metabólicos. Já a ansiedade é uma sensação temporária proveniente de uma percepção de ameaça em potencial. Estudantes universitários, principalmente os de áreas da saúde, que exigem alta demanda, são mais propensos a desenvolver sintomas de ansiedade e estresse. Além disso, fatores como os primeiros anos de graduação, baixa renda familiar, insatisfação com o ambiente de estudo, falta de apoio emocional por parte da instituição e insatisfação com o curso são associados a altos índices de estresse e ansiedade no ambiente acadêmico.
Entretanto, medidas de relaxamento e exercícios de atenção plena, como o
mindfulness, permitem que o praticante consiga uma maior consciência sobre suas emoções. Além disso, a técnica possui ação neuroplástica relacionada à atenção, regulação emocional, ação reguladora sobre a secreção de substâncias relacionadas ao estresse, bem como uma maior regulação emocional. No entanto, para que a técnica tenha o efeito desejado, é necessário um programa de acompanhamento de longo prazo, uma vez que, apesar do curto intervalo de aplicação da técnica durante o estudo, houve uma redução nas taxas de prevalência. Após a aplicação do programa e a realização de novos questionários, observou-se uma redução significativa nos índices anteriormente relatados pelos estudantes, passando de 67% para 30,8% para os sintomas de estresse e de 76% para 22,2% para os sintomas de ansiedade.
Referências: MALHEIROS, P. C.; VANDERLEI, A. D.; BRUM, E. H. M. DE. Meditação
para estresse e ansiedade em universitários: um ensaio clínico randomizado. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 47, p. e025, 3 abr. 2023.
Até logo!
Marilia Ramos Alves e Suene Barros Wanderley
Um estudo relevante sobre mindfulness como intervenção eficaz para reduzir estresse e ansiedade em estudantes universitários.
Qual seria a frequência ideal de prática de meditação para obter resultados significativos na redução da ansiedade?[Online games Free]